segunda-feira, 23 de março de 2020

Leitura de partitura: Claves musicais

Prefácio: Cifra x Tablatura x Partitura
Parte 1: Entre notas e palavras
Parte 2: Alturas e pentagrama
Parte 3: Nomes e sequencias das notas musicais
Parte 4: Organização das notas no pentagrama
Parte 5: Claves Musicais





Contexto:

 Com a pandemia do coronavírus forçando todo mundo a ficar em casa, optei por gravar vídeos sobre leitura de partitura, pois era um post do blog que ainda não tinha um vídeo acoplado e seria uma forma de manter as aulas do meu coro em dia, mesmo sem os ensaios. O primeiro vídeo gravado aborda os temas de todos os posts que eu já tinha feito até o momento e estica o assunto um pouco além. Portanto, vou criar mais alguns posts para acompanhar o professo feito pelo vídeo.

Qual a necessidade das claves musicais?

Vimos nos post anteriores que a partir do momento que uma nota na partitura é definida, as demais notas são facilmente encontradas a partir da relação que elas tem com a nota de referência. Pensando de uma outra forma, se não tiver uma nota definida, não tem como encontrar as demais.

É exatamente este o problema que as claves resolvem. Elas estabelecem uma nota de referência para todo o pentagrama, o que define, por consequência, todas as demais.

Utilizamos, atualmente, as claves para indicar as notas sol, fá . Seus respectivos símbolos estão na figura abaixo:




 O "nome completo" das claves não poderia ser mais óbvio quanto a sua função. Por exemplo, o "nome completo" da clave de Sol é "Clave de Sol na 2ª linha", ou seja, ela está indicando que a segunda linha (de baixo para cima) é a nota sol. Por sua vez, a "Clave de Fá na 4ª linha " indica que a quarta linha é a nota Fá, e assim suscetivamente.






 Antigamente, sabe-se que estas claves eram utilizadas em mais de uma posição, pra se adequar da forma mais prática possível ao instrumento e/ou melodia que estava escrita. A clave de sol poderia aparecer na 1ª ou na 2º linhas, a clave de fá poderia aparecer na 3º, 4ª ou 5ª linhas e a clave de dó poderia aparecer na 1ª, 2ª, 3ª ou 4ª linhas. Desta forma, era possível com que qualquer nota pudesse aparecer em qualquer linha ou espaço do pentagrama.






Então porque reduzir para 3 claves, ao invés de uma só?

 Porque, desta forma, podemos ter uma clave para instrumentos de tessitura média grave (Cláve de Fá), outra para instrumentos de tessitura média central (Clave de Dó) e outra para instrumentos de tessitura média aguda (Clave de Sol). Caso utilizássemos apenas uma das 3, ela teria que se adequar às necessidades de outras claves através de linhas suplementares ou sinais de troca de 8ª (assunto de outro post) o que faria com que as partituras para estes instrumentos ficassem mais difíceis de ler.



Dó Central


Como trabalhamos com 3 claves principais, se faz necessária uma referência para que se estabeleça uma relação entre elas. Tal referência foi padronizada como o Dó que ficava no centro do teclado do órgão (onde por curiosidade existia um fecho para abrir a proteção do teclado, assim a região ao lado de cada lado do fecho era representada por uma clave), por este motivo esta nota de referência é chamada de "Dó Central".

 Na Clave de Sol, o Dó central é aquele na 1ª linha suplementar inferior à clave.
Na Clave de Fá, ele é o Dó na 1ª linha suplementar superior à clave.
Na Clave de Dó, é o Dó que está na linha apontada pela própria clave.

  Com ele, podemos visualizar a distância entre notas de claves diferentes.




 Com isto, encerramos o post de hoje, já sabendo achar as notas em qualquer uma das claves que possam aparecer

Até o próximo post
Lavem as mãos e nada de abraços por enquanto
Augusto Girotto

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