Livro: Contraponto, uma arte de compor - Livio Tragtenberg

 

Contexto:

 Outro dos livros que li desde o começo da quarentena foi o "Contraponto, uma arte de compor", de Livio Tragtenberg. Optei por este livro dentre os outros da minha lista de leitura pois tenho voltado a me interessar no estudo da composição como forma artística de se aplicar conceitos técnicos que se aprende através de análises. 

Descrição: 

O livro se organiza através do número de vozes atuantes na contraponto. Evoluindo-o em espécies. Portanto, a progressão dos capítulos do livro são:

 Contraponto: Uma arte de compor, sem dúvida.

 Cérebro e Ouvido

 Introdução

 1. Contraponto a duas vozes
 2. A linha melódica
 3. Contraponto livre a duas partes
 4. Contraponto a três vozes
 5. Contraponto a quatro vozes
 6. Contraponto livre a três e quatro partes
 7. Contraponto invertido
 8. Cânon
 9. Ouvido e cérebro

 Bibliografia
 índice de nomes

Análise/ Comentários:

* Em geral este livro me pareceu um grande "catálogo" de "regras" do Contraponto Tonal e, de forma alguma, digo isso de uma forma depreciativa. Cada capítulo apresenta uma proposta, coloca as "regras a serem seguidas", mostra usos práticos no repertório e sugere alguns exercícios. É um livro bem organizado e direto. 

Chamo de catálogo pois, mesmo sugerindo exercícios, não acho que a proposta deste livro seja de ser um livro pedagógico onde você faz um curso por conta própria (mesmo que os assuntos sejam mostrados de forma progressiva), mas sim de funcionar como um material de consulta para compositores. Para que a proposta de exercícios deste livro fique mais prática, seria muito bacana que ele viesse junto com um livro menor que funcionasse como "caderno de exercícios", onde o aluno já pudesse resolvê-los no próprio livro (como por exemplo o livro de teoria do bohumil med).

* Pessoalmente, este livro é um bom resumo de boa parte do que estudei no primeiro ano de contraponto da faculdade (mesmo que na faculdade eu tenha estudado o contraponto modal e este livro fale do contraponto tonal, as "regras" de cada espécie/número de partes são muito parecidas), com algumas coisas extras, como o contraponto invertido e os modelos de cânones. Então é um livro bacana na biblioteca de quem já estudou o assunto e precisa relembrar, não sei dizer o quanto esse livro funcionaria didaticamente com alguém iniciando no assunto.

* Confesso que fiquei um pouco desapontado quando o livro pincela sobre o funcionamento das fugas. Entendo que é uma forma complexa e daria um livro por si só, mas acho que ao pincelar sobre o funcionamento da forma sem sugerir alguns exercícios ou dar mais informações de como começar a experimentar o assunto o livro fica com uma sensação de "algo faltando". 

É isso aí, espero ter dado uma ideia do público alvo do livro
Contrabraços
Augusto Girotto