quarta-feira, 23 de março de 2016

Still Waters - Lynn Freeman Olsen


Contexto: 

 Essa peça nos foi entregue como "tarefa de casa" junto com Daydreams, do post anterior. Também não tenho certeza quanto a autoria da peça, creditei ao Lynn Freeman Olsen por acreditar ser do mesmo material das outras peças.

 Descrição/Análise:

 


Formalmente, a peça é bem simples:

Um tema de 4 compassos que se repete 4 vezes com variações no final (c.1 ao 16), uma seção de contraste do 17 ao 24 e a volta do tema do compasso 25 ao final. Ou seja, outro binário composto.

 Ou será que não?

 O que me chamou a atenção nessa peça é sua harmonia.

 Como a peça soa tonal, as opções dadas pela armadura são Mi menor e Sol Maior.

 Todas as frases do tema terminam em Sol, porém de forma dúbia. visto que sua Subdominante (Dó) e Dominante (Ré) por estarem invertidas, me dá uma leve impressão de "suspensão", ou de "resolução faltando algo".

 Acredito que isso aconteça pela peça começar em Mi menor, já estabelecendo um parâmetro auditivo de tonalidade, que é reforçada ao se terminar o antecedente do tema sobre a Subdominante de Mi menor (Lá Menor). Isso não seria um "problema" se, após a cadência dúbia em Sol, a música continuasse na tonalidade para firmá-la no ouvido.

 Mas quem disse que compositor quer evitar "problemas"?

Logo em seguida se repete o tema com a mesma harmonia, 4 vezes. Entendo isso como um "conflito de tonalidades" entre Mi menor e Sol maior e as repetições se fizeram necessárias justamente para isso.

 Quanto mais se repete, mais o ouvido tende a ouvir Sol como tônica, já que possuímos uma cadência (ainda que não tão forte pela ausência do movimento típico do baixo) nesse tom. Para manter o conflito de pé, a parte contrastante reforça o mi menor (inclusive fazendo uma cadência autentica sobre Mi menor, com direito a dominante com 7 em estado fundamental).

 A volta do tema mantém o mesmo princípio.

Dificuldades/ Soluções:

 *Achei particularmente difícil fazer os direcionamentos de frase dessa peça, pois o dedilhado tendia a pesar demais as cabeças de compasso, suavizei isso levando as dinâmicas um pouco mais para cima, pois ficava difícil fazer algumas coisas mais piano do que estava fazendo (ainda mais porque não tenho tanto controle de dinâmica ainda). Subindo um pouco mais a dinâmica eu ganhei alguns pianos.

*O andamento escrito na peça "Adagio", para mim, soa mal se interpretado com os pulsos nas semínimas. Pois fica mais difícil de entender a frase. Entendi o "Adagio" relacionado ao pulso das mínimas pontuadas e gostei mais do resultado.

* As semicolcheias não saíram várias vezes... ou saiam fora do tempo, ou acentuando muito a última nota, ou a nota do meio não saia.... Percebi que comecei a ganhar um pouco mais de controle sobre elas quando passei a rotacionar o pulso no sentido anti-horário ao toca-las.

É isso aí, espero que seja útil
abrAÇOS
Augusto Girotto


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